- Não posso mais te ouvir falar. Para!
Havia um bom tempo que estavamos brigando e não tinhamos encontrado solução.
- Paro. Voce sabe o que eu acho. Não vou voltar atrás. Desculpe,acabou. - falar aquelas palavras doeram mais do que levar uma punhalada no peito. O fim. Tinha prometido a mim mesma que aquele momento jamais chegaria. Porque somos tão frageis? Porque não posso simplesmente sonhar e viver aquilo que sonhei? Enxuguei os olhos com as costas da mão. Definitivamente, o meu pra sempre nunca havia existido.
- Tudo bem. Não vou descutir. Vou ir embora então, não tenho mais o que fazer aqui. - Ah como aquilo doia! Vi ele me virar as costas e sumir ao fechar a porta. Escondi o rosto nos olhos.
Tudo era minha culpa. Por que não consigo somente aceitar os defeitos das pessoas e não tentar criticá-los? Tinha deixado a pessoa que mais amava no mundo escapar, por aquela porta. Como era tola. Não aguentaria viver com aquele vazio, e a culpa. Enxuguei novamente os olhos e caminhei até a entrada. Quando abri a porta, fui agarrada por um vulto que me abraçou aos soluços, não pude me conter. O abraçei fortemente e tentei me recuperar para susurrar as minhas desculpas.
- Cinco minutos. Foi o tempo que consegui viver pensando que você não estaria por perto. Me desculpa, não consigo sem você.
- Não precisa pedir desculpas. Por favor, eu te amo não me deixa.
Eramos um só quando estavamos juntos. Encostei a cabeça no ombro dele, sorri. Sabia que separados não seriamos ninguém. Mas a sensação de estar completa denovo, era indescrítivel. Ele era meu.


"Ah como ser tanta emoção
Na harmonia do abraço
E ser somente esse abraço
Num continente de afeto
O corpo completo sente
Que repleto não se cabe
É o coração em despejo
É a lágrima em seu trajeto
Que zelosa evita o lábio
Para não salgar o beijo"